“Eu adoraria que o Panamá jogasse contra o Brasil” – LNF
É impossível ignorar a emoção que transborda de Kenia Rangel quando ela fala sobre a primeira Copa do Mundo Feminina de Futsal da FIFA™.
A jogadora de 30 anos joga futebol pelo clube costarriquenho Alajuelense, mas seu coração sempre foi o futsal. Ela tem plena consciência de que o torneio Filipinas 2025 não tem a ver com ela ou com suas companheiras de equipe, mas sim com as jovens panamenhas que as assistirão jogar ainda este ano.
Rangel fala à FIFA sobre qual dos dois esportes ela prefere: a classificação do Panamá para a final mundial e ser um modelo a ser seguido.
FIFA: Como estão os preparativos para a Copa do Mundo?
Kenia Rangel: As meninas que estão no Panamá estão treinando e se mantendo em forma. Minha outra companheira de equipe que joga no exterior também está treinando. Quanto a mim, estou aqui com o Alajuelense jogando 11 contra 11, então estou me mantendo em forma até a lista sair e me chamarem.
Quais são as diferenças entre se manter em forma para futebol e futsal?
No 11 x 11, você se prepara de forma diferente em termos de movimento, força e coisas assim. Mas passei a vida inteira jogando futsal além do 11 x 11, então acho que me adapto muito bem ao futsal com o que faço no 11 x 11. Tenho mais do que o suficiente para jogar futsal, e funciona bem para mim.
Você prefere futebol ou futsal?
Gosto dos dois, mas prefiro o futsal. Gosto muito de futsal porque você cresce com ele no seu bairro. Quando comecei a jogar futsal, não havia uma liga feminina, então me acostumei a jogar com meninos. No nosso bairro, eles vinham à minha casa me procurar para jogar, então me acostumei.
O que significa para você que agora exista uma Copa do Mundo Feminina de Futsal da FIFA?
Significa muito mesmo. Acho que é a realização de um sonho para todas as meninas que cresceram jogando no bairro e queriam ter sua própria seleção. É incrível que na nossa primeira tentativa tenhamos nos classificado para a Copa do Mundo. É muito emocionante e foi a melhor coisa para nós, porque é o sonho que todas nós temos desde meninas.
O que passou pela sua cabeça no momento em que você se qualificou?
Foi uma mistura de emoções. Muita alegria, muito choro. Foi algo pelo qual lutamos no pouco tempo que tínhamos para nos preparar. Nos concentramos em sempre ir passo a passo e, quando chegamos à semifinal, estabelecemos como meta chegar à final e à Copa do Mundo.
Como você acha que será a Copa do Mundo?
Vamos dar o nosso melhor. Sabemos que não conseguimos treinar muito, mas vamos mostrar o que cada uma de nós tem a oferecer, com base em nossa experiência no futsal. Além disso, contamos com a ajuda dos nossos treinadores. É emocionante. É a primeira Copa do Mundo Feminina de Futsal, nos classificamos para ela e iremos para lá para fazer parte da história. Estamos muito felizes e orgulhosas de estar lá.
Existe algum oponente em particular que você quer enfrentar?
Brasil. Eu adoraria jogar contra eles.
Por que o Brasil?
Porque assisto aos vídeos deles – aqueles que estão no TikTok ou no Instagram – e gosto muito do que o Brasil faz, como eles tocam na bola, como se movimentam. É incrível vê-los e ver até onde se pode chegar e o que os outros times fazem. Para mim, é realmente emocionante.
Conte-nos um pouco sobre seus companheiros de equipe.
Tenho muitos colegas de equipe que gostam de trabalhar com crianças. Eles estão em pré-escolas ou escolas primárias. Tem outro que trabalha com a polícia. Mas, fora isso, todos estão estudando. É um grupo muito legal, temos grandes objetivos e isso vai nos levar muito longe.
Como você se sente sabendo que será a inspiração para tantas jovens panamenhas?
Significa muito para eles. Eles me acompanham desde que comecei a jogar futsal 11 contra 11, então, ver que eles me veem jogar futsal e dizem que querem ser como um de nós um dia nos enche de orgulho. Mostrar a eles que, com sacrifício e disciplina, você pode ir muito longe e ser como nós, ou até melhor do que nós, nos enche de orgulho.