15 de novembro de 2024

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Conheça o jogador de São José campeão de futsal nos Emirados Árabes com atuação de gala – LNF

Gustavo Bastos Martins, o ‘Bebê’, natural do bairro Bela Vista em São José conquistou mais um título em sua carreira no futsal. Atualmente jogador do Al-Bataeh, o fixo de 23 anos teve uma exibição de gala na conquista de seu clube sobre o Khorfakkan, com três assistências na final da Super Copa de Futsal dos Emirados Árabes.

Gustavo Bastos, o ‘Bebê’, comemora título conquistado nos Emirados Árabes Unidos | Foto: Redes Sociais

Gustavo iniciou a carreira cedo no futsal, sempre com muito destaque pela habilidade e velocidade que o diferenciava dos outros atletas das categorias em que atuava.

O atleta iniciou sua trajetória no sub 9 do Clube 12 de Agosto, em Florianópolis. Ainda nas categorias de base, atuou pelo Avaí, Apaff, ADC São José e Jaraguá Futsal.

“Comecei com cerca de oito anos na Espaço da Bola no Bela Vista mesmo. À época jogávamos society e futebol de campo nos campeonatos. Com nove anos fui fazer um teste no Clube 12 já no futsal, depois disso, fiquei jogando nas três modalidades, mas sempre me destaquei mais no futsal, foi onde me encontrei desde cedo”, relata Bebê.

Gustavo Bastos, o Bebê, atuando pelo Avaí futsal ainda muito jovem, mas com destaque desde o início | Foto: Arquivo Pessoal

“No sub-11 mudou a chave porque fui para um time profissional, que foi o Avaí. Lá no clube joguei campo e futsal até o sub-13. No sub-14 acabava o futsal e eu tive que optar entre continuar no campo ou sair do Avaí. Ainda fiquei um ano no Avaí sub-14 mas acabei não me adaptando, sendo que tive sempre mais prestígio no futsal. Foi nesse momento que fui para o Floripa Futsal na Apaff e segui minha carreira”, completa o jovem.

Experiência marcante no futsal apesar da pouca idade

Foi no próprio Jaraguá que Gustavo subiu para o profissional e apesar da pouca idade, teve um privilégio que poucos jogadores tiveram. No dia 7 de março de 2020, o jovem atuou ao lado de seu maior ídolo, o craque Falcão.

Foi em um amistoso contra Guatemala, no jogo que marcou a despedida de Falcão para aposentar a camisa 12 do Jaraguá. Cerca de oito mil pessoas lotavam as arquibancadas da Arena Jaraguá, dia que ficará marcado eternamente na vida de Gustavo.

“Foi uma sensação absurda, além de jogar ao lado do falcão, foi o meu primeiro jogo como atleta profissional, então juntou tudo e foi um dia perfeito, no templo do futsal lotado, ao lado do maior de todos os tempos, não tinha como ser melhor… foi cena de filme”, diz Bebê.

Gustavo ao lado de seu maior ídolo, a quem teve a honra de jogar junto | Foto: Arquivo Pessoal

Sequência da carreira e mudança de posição

Do Jaraguá, o jogador foi para o Corinthians, onde conquistou a Liga Nacional de Futsal no ano de 2022, título conquistado na mesma temporada em que o Timão venceu o Campeonato Paulista do ano.

“Nós oscilamos muito na primeira fase da Liga Nacional, nos classificamos em 10º e como fomos campeões do Campeonato Paulista no meio do ano isso nos deu um gás muito grande pra buscar a Liga. Decidimos todos os jogos do mata-mata fora de casa e foi uma campanha de superação até vencermos o Atlântico na final”, relata o jovem.

Bebê ao lado de Deives, jogador consagrado no cenário do futsal nacional | Foto: Arquivo Pessoal

Após a conquista, Gustavo ainda passou pelo Taubaté-SP antes de chegar no Al-Bataeh dos Emirados Árabes, seu atual clube. Ainda sobre a carreira no Brasil, o atleta revela que mudou de posição e isso o ajudou mais no entendimento do jogo.

“Eu sempre fui ala, me destacava pela habilidade. Na minha passagem pelo Tabuaté eu comecei a jogar como fixo e foi uma experiência que agregou demais na minha carreira. Venho aprendendo muito a marcar, conseguir controlar o jogo, estou jogando como fixo há nove meses”, diz Bebê.

Experiência nos Emirados Árabes e adaptação ao país

Há um mês no país asiático, Bebê comemora o título conquistado no início da temporada e relata que a adaptação a outra cultura é sempre um desafio.

“A adaptação aqui confesso que foi muito difícil. São sete horas de diferença no fuso então até para se comunicar com a família é complicado, eu procuro fazer um pouco do horário do Brasil pra ajudar nessa adaptação. A língua também é muito diferente e eu senti um pouco de preconceito dos próprios estrangeiros que estão aqui com os brasileiros”, diz o jogador.

Bebê em ação pelo Al-Bataeh dos Emirados Árabes | Foto: Arquivo Pessoal

“Aqui eu moro em Al-Bataeh, que fica a 40 minutos de Dubai. A cidade é um deserto, é praticamente uma rua, um quilômetro mais ou menos e tem um supermercado com outros minimercados nessa distância. O mais difícil dessa adaptação foi isso, sair de Floripa ou São Paulo onde já morei também para uma cidade menor”, completa Gustavo.

Apesar das dificuldades, para o jogador tem sido uma experiência enriquecedora dentro e fora das quadras, justamente pelo padrão de vida que o país oferece.

“De modo geral está sendo uma experiência muito boa. Viver em um país árabe, que é muito rígido porém é muito rico, tem muitas belezas aqui, poder viver do outro lado do mundo eu nunca imaginei isso. Está sendo muito proveitoso para mim”, relata.

A infância em São José e o carinho pela ‘quebrada’

Desde criança Gustavo teve uma infância raiz. Jogou bola na rua, soltou pipa e se divertiu com os amigos. Era na quadra de areia no bairro Bela vista em São José, que o menino se sentia bem e dava seus primeiros passos rumo a uma carreira vitoriosa.

“Eu cresci muito no Bela Vista e no ‘pombal’ do Shopping Itaguaçu. Tive uma infância em que eu estava toda hora jogando bola, soltando pipa e me divertindo com meus amigos na rua. O principal mesmo era jogar bola entre os portões da vizinhança. Jogava muita bola na Praça das Orquídeas também, que conhecemos como ‘quadra’ no Bela Vista. São dois lugares que eu amo muito, tenho enorme respeito e admiração”, diz Gustavo.

Focado agora no início da temporada nos Emirados Árabes, o jogador almeja voos maiores. Gustavo planeja terminar seu contrato nos Emirados Árabes e retornar para o Brasil, onde tem uma visibilidade maior. “Aqui tem pouca visibilidade, porém a questão financeira pesa muito. Tenho o sonho de um dia jogar na Europa, na Espanha. Almejo também a seleção brasileira, então acabando meu contrato aqui penso em retornar para o Brasil e alçar sempre voos maiores. No momento estou muito feliz e realizado atuando por aqui”, diz o jovem.